Ausência de Geraldo Alckmin (PSDB) e presença de ‘nanicos’ esfriou primeiro debate entre candidatos ao governo de São Paulo; confira oito situações que marcaram o evento
Com ataques ao atual governo paulista e poucos, candidatos 'nanicos' ajudaram a esfriar o debate
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
Sem a presença do governador de São Paulo e candidato à reeleição pelo PSDB, Geraldo Alckmin, que está internado no Incor para tratar uma infecção intestinal, o primeiro debate entre os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, realizado no sábado pela Band, foi marcado por críticas dos adversários à atual gestão, principalmente no que diz respeito à crise da água e à segurança pública.
Com a ausência do protagonista - pesquisas de intenção de voto apontam que o tucano venceria a disputa no primeiro turno -, o debate foi polarizado entre Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT). O pemedebista e o petista estão na segunda e terceira colocação nas pesquisas, respectivamente. Os candidatos, contudo, evitaram atacar um ao outro, e o debate acabou morno, sem que fosse feito um pedido de direito de resposta sequer.
Além de Skaf e Padilha, participaram do debate os nanicos Gilberto Natalini (PV), Gilberto Maringoni (PSOL), Laercio Benko (PHS) e Walter Ciglioni (PRTB).
Confira abaixo algumas gafes cometidas pelos candidatos e situações vividas atrás das câmeras – ou nos intervalos.
“Vou votar em Michel Temer”
Pressionado pelo candidato Laercio Benko a dizer em quem votará para presidente, Skaf se limitou a declarar voto no vice-presidente Michel Temer (PMDB), que concorre à reeleição na chapa de Dilma Rousseff (PT).
Embora tenha sido pressionado a apoiar Dilma, já que o PMDB compõe a base do governo, Skaf tenta desvincular sua imagem à da presidente, que tem altos índices de rejeição em São Paulo. “O PT também é meu adversário. Eu não estarei no palanque do PT, e o PT não estará no meu palanque. Meu voto pessoal é para Michel Temer”, disse Skaf. Benko ainda insistiu, mas a resposta foi a mesma.
“Aerotrilho e monotrem”
Ao resgatar bandeiras históricas de Levy Fidelix para os transportes, o candidato do PRTB ao governo de São Paulo, Walter Ciglioni, disse que “todas as questões de mobilidade urbana” discutidas no debate foram levantadas por seu partido. “Todo mundo fala aqui do aerotrilho, monotrem, e o Levy Fidelix já colocou isso 20 anos atrás”, afirmou Ciglioni, misturando as palavras monotrilho e ‘aerotrem’.
Nas eleições de 2012, quando concorreu à Prefeitura de São Paulo, Levy acusou seus adversários políticos de “roubar ideias” e disse que o monotrilho que está sendo construído na capital, por exemplo, nada mais é do que uma versão do seu aerotrem.
Coligações partidárias: Dilma, Aécio e Eduardo Campos
Batman no horário eleitoral
Em uma discussão a respeito da segurança pública, os candidatos Maringoni e Natalini criticaram os programas produzidos por marqueteiros para o horário eleitoral. “Eu ontem vi os filmes, aqueles filmes contraluz, pareciam filmes de Gotham City. Estava só esperando em qual deles ia aparecer o Batman”, disse Marangoni, arrancando risos da plateia.
“É tudo fantasia de televisão que os grandes marqueteiros criam para iludir o eleitorado”, completou Natalini. A discussão começou quando Maringoni criticou o fato de Alckmin, “um conservador”, e Padilha, “supostamente de esquerda”, apresentarem propostas inspiradas na polícia de Nova York (EUA) para a segurança.
Morumbi violento
Ao responder uma pergunta feita pelo jornalista Sandro Barbosa, que disse que “lugar para acontecer assaltos em São Paulo tem endereço certo, o ‘ladeirão’ ao lado do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi”, Skaf se apressou em dizer que não concordava com a informação.
“A falta de segurança anão é só aqui do lado do Palácio dos Bandeirantes não, a falta de segurança é em todo o Estado de São Paulo”, disse. “Se fosse só aqui estaria fácil para resolver no primeiro dia”, continuou Skaf, recebendo o apoio de Padilha, escolhido pelo jornalista para fazer comentários. “Eu que passei minha infância e minha adolescência aqui no Parque Regina, no Campo Limpo, na preferia da zona sul de São Paulo, não concordo com a afirmação de que o problema da segurança está no Morumbi. Ela está alastrada em todo o Estado
estúdios da Band, todos os candidatos lamentaram a ausência do governador Geraldo Alckmin no debate, que cancelou sua participação devido a uma infecção intestinal, mas nenhum tratou o tema com tanta naturalidade quanto o candidato do PT, Alexandre Padilha: “Torço pela recuperação. Desarranjo nunca é conveniente para ninguém”, disse o petista, usando um termo adotado em algumas regiões do País como sinônimo de diarreia. O governador está internado no Instituto do Coração (InCor) sem previsão de alta, mas seu quadro é estável.
Amigos de infância
Sem Alckmin, Skaf e Padilha polarizaram o debate da Band no último sábado
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press
Posicionados lado a lado no palco, os candidatos Gilberto Maringoni e Paulo Skaf conversavam como amigos de longa data antes do início do debate. Depois, no primeiro intervalo, o papo continuou com direito a risos e tapinha de Skaf no ombro de Maringoni.
A assessoria da campanha de Skaf disse que eles não se conheciam e que esse é o jeito do candidato do PMDB, que conversa com todo mundo. Esse comportamento, no entanto, não foi observado no trato com o candidato do PT, Alexandre Padilha, posicionado à direita de Skaf.
Duda Mendonça x Suplicy
O publicitário Duda Mendonça, que foi marqueteiro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e agora é responsável pelo marketing da campanha de Skaf, se dirigiu ao senador e candidato à reeleição Eduardo Suplicy (PT) como “amigo” após o debate deste sábado. Duda conversava com jornalistas quando foi interrompido por Suplicy, que queria “apenas para dar boa noite” ao colega que não via há tempos.
Em 2005, Duda surpreendeu Lula ao admitir, em depoimento à CPI dos Correios, na esteira do escândalo do Mensalão, que havia recebido dinheiro de caixa dois do partido. O publicitário foi absolvido das acusações de evasão de divisas e lavagem de dinheiro no julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Militância desmobilizada
Ao contrário do que aconteceu no debate da Band no Rio de Janeiro, quando a militância do PT e do PR recebeu os candidatos Lindberg Farias e Anthony Garotinho, respectivamente, com celebração (e grosserias dirigidas ao governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB), os militantes paulistas parecem não ter encontrado motivação para ir até os estúdios da TV na noite deste sábado.
Às 21h, a apenas uma hora do início do debate, havia apenas partidários de Skaf segurando bandeiras em frente aos portões.
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