Igrejas promovem teatro e ação social no centro
Marina Azaredo - O Estado de S.Paulo
O Largo Coração de Jesus, na Cracolândia, no centro de São Paulo, foi palco de uma celebração dupla na tarde desta quarta-feira, 25: católicos e batistas organizaram cerimônias para festejar o Natal e incentivar os moradores a largar as drogas.
JF Diorio/EstadãoPadre Júlio Lancellotti conversa com moradores de rua
Enquanto o padre Júlio Lancellotti rezava uma missa ao lado do padre João Pedro Carraro, da Missão Belém, voluntários da Missão Batista Cristolândia cantavam músicas religiosas e distribuíam panetones aos usuários de crack. Durante a celebração, o largo, que é considerado o centro da Cracolândia e principal local de uso de drogas da região, viveu uma trégua e cachimbos de crack não foram acesos.
"A nossa ideia é aproveitar esse momento de corações abertos das pessoas para mostrar que ainda há esperança. Estamos de portas abertas para receber quem precisa de ajuda", disse Soraia Machado, coordenadora do Ministério Cristolândia.
Após a missa do padre Júlio, foi organizado um auto de Natal, com uma encenação e a montagem de um presépio vivo com a participação de dependentes químicos que circulavam no cruzamento da Alameda Dino Bueno com a Rua Helvetia.
"Não há soluções fáceis para problemas complexos. Não basta um caminhão jogar água na rua e um carro da polícia passar para permitir o fluxo", criticou o padre Júlio. Pouco antes, um caminhão havia jogado água nas ruas da região e viaturas da Polícia Militar circulavam pelas redondezas.
Missa. No fim da tarde, o cardeal d. Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, celebrou uma missa de Natal para moradores de rua do Arsenal da Esperança, uma casa de acolhida para adultos em situação de rua que atende atualmente 1,2 mil pessoas.
"Vim trazer alegria, palavras de esperança e encorajamento para essas pessoas que encontraram acolhimento aqui", disse ele na chegada ao local. "Temos de encarar essa situação dos moradores de rua com seriedade. Precisamos de políticas públicas", afirmou.
Fonte:Estadão
0 comentários:
Postar um comentário