O ex-campeão seria operado ainda na madrugada deste domingo. Em um caso similar no UFC, atleta bem mais jovem demorou mais de um ano para retornar. Equipe revelou, porém, que lesão pode não ter sido tão brutal quanto pareceu
Davi Correia, de Las Vegas
Anderson Silva sofre grave lesão no UFC 168 - Jayne Kamin-Oncea / Reuters
Anderson jamais havia sofrido uma lesão tão grave na carreira - a última contusão significativa foi uma costela quebrada, algo que não impediu que ele seguisse treinando e lutando. O brasileiro, aliás, é famoso pela impressionante resistência aos ferimentos, por ser quase “de borracha”
Anderson Silva sonhava em sair do octógono depois do UFC 168 e ir para sua suíte no hotel MGM, no próprio complexo onde aconteceu a luta, carregando o cinturão que foi dele por tantos anos. a noite do ex-campeão, porém, acabou da pior forma possível: ele foi removido do octógono numa maca, deixou a Grand Garden Arena a bordo de uma ambulância e foi internado imediatamente no setor de traumas do Universal Medical Center, a pouco mais de dez minutos do MGM. Depois de sofrer uma fratura na perna esquerda, que se chocou violentamente contra o joelho de Chris Weidman, ele seria operado ainda na madrugada deste domingo por um dos médicos do UFC. A cirurgia ficou a cargo de um médico ligado ao UFC, especialista no tipo de lesão sofrida pelo brasileiro. Ainda não se sabe ao certo quanto tempo ele terá de ficar internado depois do procedimento antes de voltar para casa, nos arredores de Los Angeles, mas acredita-se que ele permanecerá pelo menos dois dias sob observação em Vegas. Apesar da imagem impressionante da perna do brasileiro vergando num ângulo assustador, a equipe do atleta informou no fim da madrugada (no horário de Brasília) que a lesão não teria sido tão brutal quanto a imagem faz parecer. Mesmo com fratura de dois ossos, ele poderia voltar a se exercitar em três meses.
A mulher e os filhos do lutador foram informados sobre a necessidade de cirurgia imediata no local da lesão - pessoas próximas ao lutador tentaram tranquilizar a família, que não estava na arena, garantindo que a operação será executada por um dos melhores médicos dos Estados Unidos para esse tipo de caso. Anderson Silva jamais havia sofrido uma lesão tão grave na carreira - a última contusão significativa do ex-campeão foi uma costela quebrada, algo que não impediu que ele seguisse treinando e lutando. O brasileiro, aliás, é famoso pela impressionante resistência aos ferimentos, por ser quase “de borracha” - é muito difícil achar uma foto de Anderson sangrando numa luta, mesmo nos casos em que ele foi duramente golpeado. Além de uma saúde privilegiada, o ex-campeão conhece muito bem o próprio corpo e sabe quais são seus limites. Trabalhando há muito tempo com um dos melhores preparadores físicos do mundo do MMA, Rogério Camões, ele chegou para a luta em excelente forma, o que torna ainda mais lamentável o acidente ocorrido no combate deste domingo.
Outro atleta do UFC sofreu uma lesão parecida, pelo menos visualmente: em dezembro de 2008, o peso meio-médio americano Corey Hill quebrou a perna num lance idêntico ao da luta entre Anderson e Weidman, uma canelada no joelho do oponente. A previsão de retorno era de doze a dezoito meses. Hill voltou a lutar em apenas treze meses, mas fora do UFC (no torneio XFC). O atleta, porém, era bem mais jovem que Silva - tinha 30 anos quando se machucou. Se o diagnóstico fosse tão grave quanto o de Hill, Anderson, que faz 39 em abril, provavelmente não seria capaz de retornar ao octógono antes de completar 40 anos. Ele tem mais oito lutas em seu acordo com o UFC, mas não existe qualquer obrigação contratual para que ele realize todos esses combates. O maior lutador de MMA de todos os tempos recebeu uma bolsa de 600.000 dólares pela luta, de acordo com dados da Comissão Atlética do Estado de Nevada. Se tivesse derrotado Weidman, ganharia mais 200.000, sem contar possíveis bônus como luta da noite (que ficou para Ronda Rousey e Miesha Tate). Weidman lucrou 400.000 dólares, entre bolsa e bônus por vitória. Vale lembrar que esses valores não incluem patrocínios pessoais nem porcentagens dos pacotes de pay-per-view, que podem, dependendo do lutador, ser muito superiores às bolsas. No total, 15.650 torcedores presenciaram a possível despedida de Anderson Silva na MGM Grand Garden Arena. A bilheteria total foi de 6,2 milhões de dólares, o equivalente a 14,5 milhões de reais.
Fonte:http://veja.abril.com.br
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