O festival de artes Rua dos Inventos acontece nos próximos dias 27, 28 e 29 de dezembro no município de em Rio de Contas, na Chapada Diamantina, promovendo o encontro entre artistas, suas artes e os moradores. Durante esse período, o município estará povoado por diversas atividades, todas gratuitas – que acontecerão ao longo dos dias, da manhã à noite – como oficinas, ações urbanas, shows, exposições, projeção de filmes. O eixo temático da primeira edição em 2013 será “Re-existência: a re-invenção da existência e resistência de modos de arte e de vida”. A partir da ideia de Re-existência o festival dará visibilidade à propostas que tragam experimentações e cruzamentos na linguagem, na estética, nos formatos e nas relações espectador-obra, produzindo, através da arte, outros territórios existenciais.
A maioria das atividades acontecerá em espaços públicos, no intuito de promover uma troca real de experiências. A rua é lugar de constante invenção do cotidiano, de criação de circuito pela cidade, de afetar e poder ser afetado. Além das ruas, serão ocupados diversas edificações da cidade, como a Casa Paroquial, o Teatro São Carlos (um dos três mais antigos do Brasil) e a Antiga Casa de Câmara e Cadeia. Esse último, monumento de arquitetura colonial do final do século XVIII, era a antiga prefeitura da maior província da Bahia e também a mais temida prisão do sertão baiano. Ali funciona atualmente o Fórum da cidade, que será pela primeira vez ocupado por atividades culturais. Espaço simbólico e carregado de história, ali os trabalhos vão cruzar passado e presente, em uma urdidura de tempos que potencializa a relação com a cidade e suas formas.
No Fórum estará exposto, por exemplo, o trabalho Con-signação, que vai realizar, nas antigas celas, a projetação e criação de mapas mnemônicos (memória) baseados na reconstituição de fragmentos de memórias coletivas de um lugar, pensando de que forma as imagens atravessam essas diferentes temporalidades. Já um outro trabalho, “Fugidos da Chibata”, se relaciona com a história da Antiga Câmara e Cadeia de uma outra forma, pensando a sua relação com o espaço da cidade e seus modos de resistência: o artista Eduardo Silva construirá esculturas em gesso em tamanho natural retratando cenas de negros escravizados fugindo da Antiga Casa da Câmara e Cadeia para os quilombos, trazendo para os dias atuais uma reflexão histórica do sofrimentos do povo escravizado e sua lutas pela liberdade.
Filmes, oficinas e música
Todos os dias à noite o festival realizará exibição de filmes em espaços como a lateral da Igreja da Matriz. Essas exibições são fruto de parcerias com a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul e com o festival Panorama Coisa de Cinema, e contará com títulos de diversos lugares do país, tais como: “As Hipermulheres”, de Takumã Kuikuro, Carlos Fausto e Leonardo Sette (PE); “Contos da Maré”, de Douglas Soares (RJ);”Tremor”, de Ricardo Alves Jr. (MG) e “Caixa D’água: Qui-lombo é esse?”, de Everlane Moraes (SE).
Todos os dias à noite o festival realizará exibição de filmes em espaços como a lateral da Igreja da Matriz. Essas exibições são fruto de parcerias com a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul e com o festival Panorama Coisa de Cinema, e contará com títulos de diversos lugares do país, tais como: “As Hipermulheres”, de Takumã Kuikuro, Carlos Fausto e Leonardo Sette (PE); “Contos da Maré”, de Douglas Soares (RJ);”Tremor”, de Ricardo Alves Jr. (MG) e “Caixa D’água: Qui-lombo é esse?”, de Everlane Moraes (SE).
O festival contará ainda com três oficinas, cujas inscrições ainda estão abertas, e que acontecerão ao longo dos três dias. O artista Alexandre Veras propõe uma aproximação ao universo da câmera-escura e das imagens projetadas como forma de pensar as relações entre interior e exterior, dentro e fora, público e privado. Já Isaac Pipano, elege como questão central a imagem e suas relações com os espaços públicos da cidade, propondo a realização de pequenos vídeos a partir de imagens colhidas – numa espécie de cartografia sensível – ou produzidas durante a oficina. Por fim, Caroline Holanda enfoca o público infantil para com eles pensar a questão do olhar, a partir de jogos corporais que estimulem o exercício da percepção e realização de uma mini-composição cênica.
A música também estará presente no festival. Shows de bandas, artistas e Djs de vários lugares do Brasil, vão trazer para Rio de Contas trabalhos experimentais no campo sonoro, que serão realizados no turno da noite, ao lado da Biblioteca Pública da cidade, tais como: a composição arejada e pesquisa de sonoridades do Silêncio em Movimento, de Caio Castelo; a música urbana e contemporânea do Quatro e Vinte; o regionalismo instrumental da Casa Amálgama; e a presença do músico Tuzé de Abreu.
Mais informações sobre o festival e a programação completa estão disponíveis no site: http://ruadosinventos.wordpress.com.
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