A jovem Flora Coquerel, 19 anos, foi eleita a nova Miss França no último fim de semana. O maior desafio da garota, no entanto, nada tem haver com a estética, mas em como lidar com o racismo do qual vem sendo vítima desde que se sagrou vitoriosa neste célebre concurso de beleza. Ironicamente, em seu primeiro discurso como miss, quando as polêmicas mensagens que fazem alusão às origens africanas e a cor de pele da moça ainda não haviam tomado as redes sociais, ela disse estar orgulhosa de representar uma "França Cosmopolita".
Flora Coquerel nasceu em Mont-Saint-Aignan, uma pequena cidade da Normandia, no norte da França. O pai é francês e a mãe é originária de Benin, país da região ocidental da África, colonizado pela França.
A estudante de Comércio Internacional desbancou, no último domingo, dia 8 de dezembro, 32 candidatas ao posto da mais bela mulher da França. Alguns minutos depois de receber a coroa de miss, uma enxurrada de comentários racistas invadiram as redes sociais francesas.
"Os mestiços são o câncer da raça branca", "Que horror, morte aos estrangeiros" "Seria bom ver um pouco de cor branca em nosso país", "A mulher que representa a França nem é branca", "As verdadeiras francesas são brancas, não é normal", "A verdadeira beleza de nossos ancestrais não existe mais", são alguns dos posts que se multiplicaram nas plataformas Twitter e Facebook.
Os ataques geraram uma onda de indignação nos principais sites de beleza e moda do país. O site Glamour faz um paralelo com os ataques racistas dos quais a ministra da Justiça, Christiane Taubira, foi vítima nos dois últimos meses. Em matéria publicada ontem, a jornalista Victoria Laurent lembra que nenhum processo jurídico aconteceu até hoje no país por injúrias racistas. Mas lembra que o arsenal jurídico para lutar contra o racismo na internet existe. "Flora poderia, assim, processar esses internautas", ressalta.
O site da revista semanal Nouvel Observateur vai mais longe e publica um artigo do advogado Gaspard Menilan. Ele acredita que é obrigação do Ministério Público francês proteger seus cidadãos na internet.
"Claro, nós não vamos exigir que a Miss France organize um combate contra a vulgaridade racista e que ela processe cada ignorante da rede. No entanto, a lei do 29 de julho de 1881, em seu artigo 48, autoriza, expressamente o Ministério Público de incriminar o autor de propósitos que concernem discriminação ou injúria de cidadãos devido suas origens, etnia, nação, raça ou religião", escreve.
Orgulho de ser mestiça
Até o momento, a nova Miss França não comentou ou respondeu aos ataques. Ontem, em entrevista a um programa de humor e informação do Canal Plus, o Grand Journal, a estudante explicou o orgulho que disse sentir de representar uma "França cosmopolita". "Eu sou mestiça e sou orgulhosa disso. Acredito que muitas pessoas podem me ter como exemplo. E, se através de mim, for possível ter uma imagem da França multicultural, será formidável!", declarou.
Já no último domingo, a garota falou, em entrevista à rede francesa de televisão BFM TV sobre a morte do líder da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela. "É um homem de paz e graça à pessoas como ele que o mundo anda na boa direção. É preciso osar, ter coragem, audácia. Pessoas como Mandela são necessárias para mudar o mundo. Sua morte me abalou muito, marcou este fim de ano e ficará para sempre em nossa História", opinou.
Fonte: RFI
1 comentários:
tadinha uma guria tão linda recebendo o recalque da inveja depois os franceses que são considerados alto nível sendo que francesas não sabem perder,isso é questão de cultura se as francesas estão assim imagina as crianças negras o que não sofrem com as crianças brancas é questão de cultura e respeito se não sabe respeita aos do seu país imagina se ganhassem e fossem desfilar em outro país é por isso que perderam só pra mostra para vocês suas francesas racistas que vocês não estão acima de ninguem.
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