Suspeito de comandar esquema é funcionário da empresa vítima do golpe.
Mercadoria recebia notas fiscais fraudulentas e seguia para venda em SP.
Um casal de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, foi preso na operação "Algodão Doce", da Polícia Civil, suspeito de integrar um esquema calculado em R$ 3 milhões obtidos com desvio de carga de pluma de algodão. Do montante, os suspeitos compraram imóveis de luxo como uma casa em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos, avaliada em US$ 412 mil.
O homem, Clóvis Kardekis Plácido, 32 anos, é funcionário de uma empresa de algodão e principal suspeito de comandar o esquema. Ele e a companheira dele, Joice Karine Seibert, de acordo com a polícia, têm outros imóveis de luxo na cidade do oeste baiano, além de um carro modelo picape.
Joice Karine já foi liberada, mas teve os bens sequestrados e bloqueados pela Justiça como forma de ressarcir a vítima, que é dono da empresa de algodão, dos prejuízos ocorridos por conta do delito. O homem continua preso à disposição da Justiça.
De acordo com a Polícia Civil, as cargas de plumas de algodão, avaliadas em R$ 90 mil, eram transportadas por caminhões até a divisa do estado, onde recebiam notas fiscais fraudulentas ou passavam para outro estado sem arrecadação de impostos fiscais. Em seguida, seguiam viagem para abastecer as empresas têxteis, principalmente em São Paulo.
Na operação, que teve inquérito concluído na terça-feira (3), um outro empresário, de 34 anos, também confessou ter participado do furto de nove das 37 cargas apuradas até agora e disse ter recebido R$ 500 mil com a venda do algodão para empresas têxteis em São Paulo. Ele chegou a ser preso em cumprimento a mandado de prisão, mas acabou solto após pagamento de fiança no valor de R$ 78,4 mil.
"As investigações apontaram Clóvis Kardekis Plácido como sendo o operador do esquema de desvio de carga de pluma de algodão, abusando da confiança que a vítima lhe depositava. As cargas de pluma de algodão saiam da empresa localizada na zona rural de Luís Eduardo Magalhães sem a emissão de notas fiscais legais, mas depois a mercadoria recebia notas fiscais falsas", explica Carlos Ferro, delegado responsável pela investigação do crime.
Segundo Ferro, os empresários de São Paulo que fizeram a compra da mercadoria serão convocados a responder pelo crime de receptação. A operação ocorreu em parceria entre Polícia Civil, Ministério Público e Justiça. O delegado Rivaldo Luz, titular da DT/Luís Eduardo Magalhães, também colaborou com as investigações.
0 comentários:
Postar um comentário