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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Baixa Grande - Micareta da Folia







Vai começar mais uma micareta em Baixa grande. Festa que já se tornou tradicional em nosso município. Mas é necessário – como em tudo em nossa vida, termos uma visão crítica das coisas que nos circundam. Principalmente quando essas coisas dizem respeito a nós como cidadãos e a nossa sociedade como um todo. As perguntas que não querem calar são muitas e pertinentes: Uma micareta é prioridade em nossa cidade? É realmente disso que nosso povo realmente precisa? Quanto custa aos cofres públicos uma micareta? A quem de fato interessa essa festa? Etc

Vamos por partes. 1- Uma cidade que não oferece aos seus cidadãos recursos mínimos de saúde – tais como bons médicos, bons postos, boas estruturas, aparelhos hospitalares (Baixa Grande não tem aparelhos de ultra som nem de raio X, entre outros – essa é a realidade da maioria das cidades de nosso país), funcionários qualificados, atendimento humanizado, etc. Deve ter uma festa que dura três dias como prioridade? 2- A população de Baixa Grande, entre outras coisas, precisa de emprego e renda. Nossa economia gira em torno da prefeitura, do comércio (diga-se de passagem não é dos melhores – muita gente faz suas compras em Ipirá, Feira de Santana entre outras cidades; sem falar nos carteis que todo mundo sabe mas ninguém comenta. Por falar nisso alguém sabe por que o botijão de gás aqui custa R$ 40,00 em quanto em cidades próximas é R$ 30,00 ou 35,00?); outra fonte de renda é a aposentadoria, muitas delas de idosos que são mal trados por seus responsáveis que defraudam seu aposento geralmente para gastar com bebidas alcoólicas, prostituição etc, deixando o idoso à míngua; mas não nos esqueçamos também da bolsa família/escravidão/votos/cala a boca. Não temos nenhuma indústria em nossa cidade, nenhuma empresa que possa gerar emprego e renda. Será que uma micareta vai suprir essas necessidades? 3 – A última micareta custou aos cofres públicos cerca de 300 mil Reais, muito provavelmente essa será mais cara. Podemos imaginar o que seria feito com esse dinheiro visando o bem comum a longo e médio prazo? Por exemplo, poderia ser comprado uma aparelho de ultra som novo de última geração, uma máquina de raio x (para que a população não precisasse se deslocar para outras cidades), entre outras benfeitorias. 4 – aquém interessa uma micareta? Basicamente a duas classes: comerciantes e políticos. Aos comerciantes o interesse é puramente financeiro, que se lixe o bem comum a qualidade de vida a moral e os bons costumes. Aos políticos o interesse é, na maioria das vexes, enganar o povo dando “pão e circo”. Na mente deles a coisa funciona assim: quando o povo precisar de emprego, saúde, segurança, educação etc, dirão, vocês ganharam uma micareta, o que querem mais?

Mas a perplexidade maior é o fato de que o povo quer isso mesmo, quer festa quer bebedeira, prostituição, entre outros males sociais.

De qualquer forma fica uma dica à secretaria de saúde, que tal botar um stand para combater e prevenir as doenças sexualmente transmissíveis, acudir os feridos vítimas de violência, hidratar os embriagados etc. Ao Concelho Tutelar cairia bem um stand para coibir a prostituição infantil e a exposição de menores a situações constrangedoras como reza o ECA.

Por fim, parabenizo a cidade de Baixa Grande por mais um ano de existência.
www.baciadojacuipe.com.br
Por Flávio Martins, Pastor o teólogo

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