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sábado, 25 de janeiro de 2014

Copa do Mundo de 2022, no Catar, já matou 382 trabalhadores







Em 2013, foram 185 mortes de operários dos estádios e de obras de infraestrutura; muitos trabalham em condição análoga à escravidão




Clive Rose/Getty Images
Em Doha, delegação da Fifa olha maquete de estádio para a Copa do Mundo no Catar
Em Doha, delegação da Fifa olha maquete de estádio para a Copa do Mundo no Catar
São Paulo - Novos documentos revelaram um dado chocante da Copa do Mundo de 2022, planejada para acontecer no Catar: só em 2013, 185 operários morreram, todos imigrantes do Nepal.
Segundo o jornal britânico The Guardian, nos últimos dois anos foram 382 mortes confirmadas, mas novos casos devem vir à tona. Também há trabalhadores da Índia, Paquistão e Sri Lanka.
Os operários são expostos a longas jornadas de trabalho e lidam com um ambiente de trabalho pouco seguro e carente de infraestrutura adequada.
Há relatos de condições análogas à escravidão nas obras da Copa. Passaportes são confiscados e os salários são retidos pelos chefes durante meses. Tudo isso com um calor de 50 graus Celsius sobre a cabeça.
O Guardian tinha investigado que, entre 4 de junho e 8 de agosto de 2013, 44 tinham morrido por conta de acidentes de trabalho, ataque cardíaco ou outros problemas do coração.
Muitos se machucam seriamente ou morrem após caírem de grandes alturas. Outros se suicidaram.
Os nepaleses são a sexta força de trabalho imigrante no Catar, que tem cerca de dois milhões de pessoas nessas condições.
Entidades do Nepal agora estão lutando para trazer adequadamente os corpos dos trabalhadores de volta para o país, para serem entregues à família,
Pressionada, a Fifa garantiu que não vai tapar os olhos na questão dos trabalhadores e vai pressionar o ministro do trabalho do Qatar para resolver a questão.
Em 2011, a entidade tinha garantido que iria trabalhar junto da International Trade Union Confederation para zelar pela segurança dos operários envolvidos com os jogos.
O governo do Catar garante que está pressionando as empreiteiras a respeitarem as leis trabalhistas. Segundo o Ministério do Trabalho local, "pelo menos 99%" das empresas estão cumprindo a lei.
Previsão macabra
Segundo um relatório da International Trade Union Confederation, até o fim das obras 4 mil trabalhadores imigrantes podem morrer no país, quase 12 por semana.

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