afp.com / Patrick Hertzog
Washington (AFP) - O feto de uma mulher grávida com morte cerebral, mas mantida viva artificialmente no Texas, sul dos Estados Unidos, contra o desejo de pessoas próximas, apresenta anomalias, informaram advogados da família.
Marlise Munoz, uma mulher de 33 anos grávida de 14 semanas, sofreu uma queda em casa em 26 de novembro quando cuidava do filho de 15 meses, após sofrer uma embolia pulmonar.
A jovem foi levada ao hospital Peter Smith em Fort Worth, onde teve declarada morte cerebral, mas foi mantida viva por estar grávida, como determina a lei do Texas.
Os advogados da família informaram na noite de quarta-feira que os últimos informes médicos a respeito do feito não são animadores. "Segundo os últimos exames que nos forneceram, o feto é claramente anormal", afirmaram.
"Mesmo nesta etapa precoce, as extremidades inferiores do corpo estão deformadas de tal forma que não se pode determinar o sexo", informaram os advogados.
"É uma informação triste, mas não surpreende, visto que o feto, após ter sido privado de oxigênio por tempo indeterminado (quando a mãe sofreu a embolia), está em gestação em um corpo morto, em processo de deterioração, enquanto a família, horrorizada, é testemunha disto com angústia e tristeza", acrescentaram.
Naral, a organização americana que defende o direito ao aborto, enviou no começo de janeiro uma petição ao ministro (secretário) da Justiça do Texas solicitando que "a difícil decisão" de desligar os aparelhos de Marlise Munoz "seja deixada à família".
O estado do Texas, ultraconservador, é um dos doze do país a adotar uma regulamentação estrita para manter uma mulher viva se está grávida.
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