afp.com / ERIC PIERMONT
A presidente Dilma Rousseff convidou nesta sexta-feira a elite mundial reunida em Davos a investir no país, apontando um amplo programa de crescimento econômico apoiado por uma classe média crescente.
Em um discurso especial feito no Fórum Econômico Mundial, a presidente detalhou uma vasta "estratégia a longo prazo centrada em investimento, educação e produtividade".
O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou em outubro que, para aumentar seu crescimento, a 3,5% do PIB, o Brasil "deve se abrir ao investimento, em particular na infraestrutura, e aumentar sua produtividade".
Lançando um convite ao investimento, Rousseff apresentou como um dos principais incentivos o próprio mercado interno brasileiro, que cresceu graças à incorporação de 42 milhões de pessoas à classe média na última década.
Para a dirigente, o sucesso dos planos econômicos do Brasil nos próximos anos "estará associado às alianças com investidores do Brasil e todo o mundo".
A presidente enfatizou o papel importante que o setor privado deve desempenhar, enumerando em detalhes os projetos nos quais o setor participou no Brasil (aeroportos, portos, ferrovias, energia, etc).
Nariman Behravesh, economista da consultoria IHS, declarou na quarta-feira à AFP que Rousseff parecia ter pensado "durante um tempo que o Brasil não precisava realmente dos investidores internacionais, mas agora acredito que está mudando de opinião".
Rousseff quis tranquilizar sobre os efeitos que a retirada de estímulos econômicos nos Estados Unidos, motivada por uma progressiva recuperação, tiveram no Brasil. No ano passado, o real se desvalorizou 12,96% em relação ao dólar em meio a uma importante retirada de capitais.
Segundo ela, essa retirada de capitais "expressa uma tendência à recuperação", e mesmo que haja turbulências, "as reservas de 376 bilhões de dólares são uma garantia contra essa volatilidade".
A economia brasileira, a sétima do mundo, passou de um espetacular crescimento de 7,5% em 2010 a 2,7% no ano seguinte, e apenas 1% em 2012.
Em meio a uma elevada inflação (5,91% no final do ano passado), que levou o Banco Central a elevar sua taxa básica a 10,5%, Brasília espera um crescimento de 2,3% este ano.
Mensagem de confiança sobre o mundial de futebol
Rousseff aproveitou para convidar "com os braços abertos" para a Copa do Mundo de futebol, que será realizada de 12 de junho a 13 de julho em doze cidades.
"O Brasil é o país do futebol", e como a maioria dos países, "temos no futebol uma das formas mais importantes de afirmação da paz", disse a presidente, enfatizando que "estamos preparados para essa copa".
A presidente disse que os investimentos no Brasil eram, em parte, motivados pela competição esportiva mais midiática do planeta, mas que a razão fundamental foram "as necessidades do país".
Na quinta-feira, Rousseff se reuniu na sede da FIFA em Zurique com seu presidente, Joseph Blatter, quando ambos viraram a página das críticas de Blatter ao avanço das obras dos estádios brasileiros.
Blatter afirmou que "a confiança reina", e acrescentou que "no final tudo estará em ordem, sobretudo, no Brasil", para realizar a Copa.
Dos 12 estádios previstos para o encontro, sete já estão prontos. O governo brasileiro afirmou que será capaz de terminar a tempo o de Curitiba, o menos avançado dos cinco restantes, que ainda não tem gramado nem telhado.
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