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domingo, 29 de setembro de 2013

Menino de 7 anos escreve livro para apoiar sua irmã no uso de óculos





Crianças são criativas e espontâneas, e muitas vezes necessitam apenas do incentivo certo para produzirem algo surpreendente e inteligente. É adorável quando topamos com uma criança como Alexandre.
Alexandre Raizer Landim Silva tem 7 anos e, segundo seus pais,  sempre foi um contador de histórias. O Forrest Gump mirim, entretanto, espantou a todos quando elaborou um livro, com figuras e texto, para sua irmã mais nova, Rafaela Raizer, que não estava se adaptando ao uso dos óculos. A menina que possui astigmatismo e hipermetropia foi alvo de brincadeiras de mau gosto dos colegas que, segundo ela, falavam que ela possuía quatro olhos.
Rafaela, que ama as princesas, dizia que não havia nenhuma que usasse óculos. Seu irmão então resolveu o problema, escrevendo um livrinho inspirado em sua irmã, no qual uma princesa deve usar óculos para poder enxergar corretamente.  ”A Princesa que usa óculos” possui aventuras, vilões, romance e um viés educativo. Quando Alexandre mostrou o livrinho para Rafaela, a relação que a garotinha de 5 anos possuía com o óculos mudou. Agora ela o usa sem chorar e enxerga bem melhor.
Eugênio e Luciana, os pais dos irmãos, imprimiram o livro e entregaram a alguns amigos da filha, a fim de que exista menos preconceito em relação ao uso dos óculos.  Agora, os pais buscam uma maneira de publicar oficialmente o livro para ajudar outras crianças que possuem a mesma dificuldade de se adaptar aos óculos, como Rafaela.
Segundo Luciana, sempre houve um estímulo ao desenvolvimento intelectual dos filhos, mas o menino gosta mesmo de escrever, criar personagens e histórias para contar para as pessoas.
Nos dias de hoje, em que nas escolas infantis vemos livros com histórias tão sem graça e sem criatividade, a historinha de Alexandre parece um sopro de vida. Faltam às crianças atuais o incentivo à exploração mental, a busca da fantasia e daquilo que contribua para o exercício de criatividade. As crianças de hoje são consideradas nativas digitais: com um ano de idade, sabem brincar no celular, com 4 anos já possuem um, ou quase isso. Não brincam mais na rua, ou mesmo em casa. Carrinhos, bonecas, o outro coleguinha, os livros foram substituídos por computadores, videogames e celulares.  A meu ver, toda essa tecnologia disponibilizada às crianças por seus pais colabora para uma passividade e desperdício de energia, que as crianças tanto possuem.
Alexandre mostrou que as crianças ainda possuem capacidade de explorar seu próprio mundo, e o melhor, ele mostrou isso em uma ação educativa para contribuir para o bem estar de sua irmã. Aposto que há vários Alexandres por esse mundo, e eles são a esperança de que no futuro não haverá apenas novos aplicativos para iPhone e Android. Haverá também livros e histórias para nosso deleite.
Nota pessoal: Utilizo óculos desde os meus 3 anos de idade. A historinha de Alexandre me viria a calhar quando também fui chamada de quatro olhos.
Revisado por Amanda Prates.

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