O meia Héverton resolveu parar de jogar futebol. De acordo com entrevista coletiva dada pelo presidente do Paysandu, Vandick Lima, na tarde desta segunda-feira, o ex-jogador da Portuguesa não aguentou a pressão da repercussão do rebaixamento da Lusa no Brasileirão, causada pela sua escalação irregular no confronto contra o Grêmio, no ano passado.
Segundo Vandick, a decisão de se aposentar aos 28 anos não tem em nada a ver com algum problema com o clube paraense, mas sim com o drama que viveu na Portuguesa.
– Hoje (segunda-feira), quando cheguei na Curuzu, o Héverton me procurou dizendo que havia decidido parar de jogar futebol. Tentei convencê-lo a mudar de ideia, mas ele disse que era irreversível. Lamento muito, é um jogador que poderia nos ajudar muito nas competições. É um atleta acima da média, além de uma grande pessoa. Lamentamos tanto pelo lado do Paysandu quanto por ele, que tem apenas 28 anos. Ele me disse que não tem mais prazer em jogar futebol, em treinar. E por ter jogado no exterior, disse que tem condições financeiras que o permitem fazer isso agora. O principal motivo foi o problema que teve na Portuguesa – explicou Vandick Lima.
Meia fez boas atuações no clube paraense e era titular de Mazola Júnior (Foto: Ricardo Lima / Agência Estado)
Héverton tem duas passagem pelo exterior: entre 2004 e 2006, disputou o Campeonato Turco pelo Ankaragücü; anos depois, em 2011 e 2012, esteve no sul-coreano Seongnam IC.No Paysandu, o meia vinha em boa fase. Ele foi o autor do gol que classificou o Papão para a final da Copa Verde, sobre o Clube do Remo, maior rival alviceleste.
Relembre o caso:
O meia foi o pivô do imbróglio envolvendo Portuguesa e o STJD. Pela 36ª rodada do Brasileiro, Héverton foi expulso por reclamação na derrota por 1 a 0 para o Bahia. Ele cumpriu suspensão automática diante da Ponte Preta, mas foi suspenso por duas partidas e acabou sendo relacionado para o confronto contra o Grêmio, no qual entrou em campo aos 32 minutos do segundo tempo.
O time paulista foi enquadrado no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de “incluir na equipe, ou fazer constar da súmula ou documento equivalente, atleta em situação irregular para participar de partida, prova ou equivalente”. Como punição, a Portuguesa perdeu três pontos, além do ponto conquistado no empate diante do clube gaúcho, levando ao rebaixamento e evitando a queda do Fluminense.