A escola teve uma média de 414,09 nas provas objetivas do exame, sem levar em conta a Redação, na qual teve o segundo pior desempenho: 407,69
Três prêmios nacionais e o pior desempenho no Enem 2012 na Bahia. Essa é a contrastante realidade do Colégio Estadual Casa Jovem II, em Igrapiúna, a 320 km de Salvador. A escola teve uma média de 414,09 nas provas objetivas do exame, sem levar em conta a Redação, na qual teve o segundo pior desempenho: 407,69. Os dados foram divulgados, na terça-feira, pelo Ministério da Educação (MEC).
Escola é premiada nacionalmente, mas alunos sofrem para chegar lá
Por outro lado, a Casa Jovem II recebeu, em 2009, o Prêmio Destaque Brasil em Gestão Escolar. No ano passado, recebeu outras duas premiações: Prêmio Educar para Igualdade Racial (CEERT - 2012) e o 12º Prêmio Escola Voluntária. A contradição se vê também na estrutura da própria escola, que conta com laboratórios, hortas, quadras e funciona como educação integral, das 7h às 15h.
Para o diretor da escola, Ademário Reis, os baixos índices no Enem estão ligados diretamente a alguns fatores como transporte precário — muitos alunos chegam à unidade de pau de arara, enfrentando viagens de mais de 30 km em estradas precárias — e de o ensino médio na unidade ser integrado à educação profissional.
No caso da escola, grande parte da carga horária é voltada para Agroecologia. “Eu fico triste de ter que dar esse tipo de relato, é chato nós estarmos com um resultado tão baixo e o Enem sendo parâmetro. O Enem só quer saber se os alunos atingiram os requisitos básicos para a formação, independente se faz o ensino médio regular, ou profissional”, pontua o gestor.
Segundo Reis, a formação profissional da escola atende a uma demanda da própria comunidade. “Igrapiúna tem um dos IDHs mais baixos do estado. Os nossos jovens que fizeram o Enem estão concluindo Agroecologia, serão formados empresários rurais. Nossa matriz curricular vai preparar o jovem a continuar vivendo onde ele está”, explica.
Amanda Palma
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