Primeiros testes em macacos de uma vacina contra o vírus HIV, causador da AIDS, produziram resultados surpreendentes.
Os primeiros testes em macacos de uma vacina contra o vírus HIV, causador da AIDS, produziram resultados surpreendentes. O experimento é desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo.
O que há 30 anos parecia um sonho quase impossível está deixando de ser. Com os avanços no conhecimento genético do vírus HIV, a vacina contra a AIDS começou a ser pesquisada no Brasil, em 2002, nos laboratórios do instituto do coração de São Paulo e da faculdade de medicina da USP e no instituto Butantan.
O HIV é um vírus que ataca o sistema imunológico. O desafio era descobrir fragmentos do vírus que pudessem ser identificados e atacados pelo próprio sistema de defesa do organismo. E os pesquisadores descobriram, em amostras de sangue de humanos, 18 fragmentos reconhecíveis do vírus HIV, o que abriu caminho para a criação da vacina.
Os cientistas estudaram pacientes com o vírus mas que não desenvolveram a doença. “Esses indivíduos são aqueles que sabem se defender em contra o vírus, sabe de defender bem naturalmente contra o vírus e nós fomos estudar o detalhe da resposta imune contra o vírus e aí que nós desenhamos a vacina”, diz Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan.
A primeira vacina experimental surgiu quatro anos depois da pesquisa e inicialmente ela foi testada em camundongos. E a resposta dos ratinhos foi muito positiva, tanto que a pesquisa seguiu avançando e uma nova vacina foi sintetizada e, em novembro do ano passado, ela foi testada pela primeira vez em macacos resus, que são um tipo de macaco muito utilizado em pesquisas cientificas. O resultado foi surpreendente. O sistema de defesa dos macacos reagiu de 5 a 10 vezes melhor que a dos camundongos.
O teste com os camundongos foi publicado em junho de 2010 na revista Plos One, uma referência na área de pesquisa científica e inovação.
Os resultados com os macacos são decisivos porque os primatas são muito próximos do ser humano.
“O primeiro teste em humanos ele é muito simples, ele é baseado em pessoas que tem baixo risco e é só para a gente saber se a vacina é segura e se ela desencadeou uma resposta imune. Pelo andar da carruagem, provavelmente em 3 anos vamos começar esses testes”, aponta Edecio Cunha Neto, pesquisador da Fac. Medicina da USP.
A corrida por uma vacina definitiva contra a AIDS é mundial. A doença que apavorou o mundo é hoje uma das mais estudadas. Cura? Ainda não. Vacina? Bem mais provável.
“O sonho faz parte da ciência, se nós não tivermos o sonho, nós não conseguimos avançar. Sem dúvida, o sonho era muito distante porque o vírus era muito ardiloso, mas nós estamos chegando muito perto”, comenta Kalil. Fonte:http://g1.globo.com/jornal-nacional
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